Como milhões de brasileiros, escrevo ainda sob o impacto da
imensurável perda de mais de 200 vidas de jovens brasileiros no desastroso
incêndio em uma casa noturna em Santa Maria, RS. Lamentavelmente parece que a
tragédia ainda pode aumentar, começam a chegar relatos de jovens que foram
internados nos hospitais da cidade, mas não sobreviveram.
Somos bombardeados diariamente com notícias trágicas, mas creio
que todos ficamos especialmente abalados com alguns aspectos deste caso, que é
aquele sentimento de que “poderia ter sido comigo”, com nossos filhos, com nossos
amigos e parentes. É tudo muito próximo.
Há um outro aspecto que traz esta tragédia ainda para mais
próximo de nós, que trabalhamos com
público, realizamos eventos, abrimos as portas de nossas lojas e empresas para
receber funcionários, clientes e convidados.
Não vou cometer o erro de apontar culpados sem ser
especialista no assunto, mas quero sugerir para cada um de nós que nos coloquemos
no lugar dos proprietários da casa noturna.
Será que nossos subordinados, ou nós mesmos estamos sendo
rigorosos no cumprimento das normas de segurança?
Sua empresa está preparada para sofrer uma fiscalização
severa nos próximos dias? Digo isso porque o mínimo que podemos esperar dos
prefeitos e governadores é que nos próximos dias orientem suas equipes para que
não se repitam mais casos como da Boate Kiss nas suas costas e até mesmo para
darem alguma satisfação aos seus eleitores irão dedicar ao assunto muita
atenção.
Eu digo isso porque vi nas minhas andanças por livrarias e
depósitos de editoras nestes 30 anos de mercado, alguns casos preocupantes nos
quesitos de segurança. Obstrução de rotas de fuga, extintores vencidos, ausência
de sprinklers, falta de sinalização nas saídas de emergência, instalações elétricas
precárias e várias outros exigências descumpridas.
Acompanhando o noticiário, vemos que a tragédia de Santa Maria,
não foi consequência de um erro, mas a sucessão de vários, começando
possivelmente com um “jeitinho” dado pelos proprietários para que casa
funcionasse com o alvará vencido.
Não podemos consolar os familiares que choram seus filhos.
Nada pode.
Mas podemos cuidar que nenhuma outra família chore por seus
entes queridos por algo que poderia, sim poderia e deveria, ser evitado.
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