Neste domingo dia 17, o jornal "O Estado de São Paulo" trouxe
uma ótima matéria sobre o momento especial que vivem as grandes redes de livrarias no
Brasil.
Fazendo um paralelo entre o que ocorre no exterior, em
especial com as mega livrarias americanas, a matéria demonstra que suas
similares abaixo da linha do equador vão bem, obrigado.
Será que além de não existir pecado abaixo da famosa linha
imaginária, o bicho papão da Internet não existe por aqui também?
Quem é profissional deste mercado sabe que não é bem assim,
mas o Brasil vive sim um momento especial com sua economia atraindo para o
consumo milhões de pessoas que estiveram excluídas do mercado por muitos anos. A
ampliação do número de alunos nas faculdades também é um fator que se não tem impacto
imediato nas vendas de livros, acaba resultando na formação de novos leitores que em
pouco tempo irão frequentar nossas livrarias também.
Eu sempre insisto que além do momento da economia brasileira,
o que nos diferencia dos varejistas americanos também é nossa tendência natural
para a socialização. O livreiro que explorar esta característica em seus
estabelecimentos, irá colher resultados positivos. Dinheiro no bolso e um bom
local para ir e se entreter é um convite irresistível, é isso que nossas
livrarias precisam ter e ser.
O pequeno livreiro sente sim a dureza de lutar com as
promoções agressivas da internet, mas menos que no passado. O maior desafio do pequeno
livreiro hoje é com a sustentabilidade do empreendimento em si. O custo do m2 de
loja cada vez mais caro, salários em ascensão, falta de mão de obra qualificada,
ineficiência da cadeia produtiva e vários outros exemplos que apesar de ter
alguns pontos que dizem respeito apenas ao negócio do livro, na sua maior parte
são similares aos que outros varejo enfrentam.
Para merecer o título de uma livraria, uma loja deste setor
tem uma necessidade de espaço que exige um bom investimento em instalações e na
própria área. O preço do livro, nem é tão barato que permita um alto giro, nem é
tão alto que compense o grande custo operacional que vem embutido na sua movimentação.
Atenção quando digo que "nem é tão alto", estou fazendo comparação com produtos
de maior valor unitário como eletrônicos, por exemplo.Insisto que o livro no
Brasil é caro. Muito caro. Alto giro ou vendas de maior valor unitário são duas
variáveis importantíssimas no sucesso de um varejo. O livro por si só, não
permite este equilíbrio, dai vem a necessidade da livraria se reinventar. Sempre. O
que garantia sucesso ontem, pode não ser mais verdade hoje.Diversificar mix de produtos e serviços já não mais opções. São quase uma exigência para um estabelecimento que deseja ter na venda de livros sua principal linha de atuação.
Além das livrarias citadas na matéria, aliás palmas para a jornalista Nayara Fraga, autora da reportagem que
conseguiu traçar um painel bem sóbrio sobre este cenário, posso citar várias
outras livrarias neste Brasil afora que estão calibrando suas pontarias para poder
ir um pouco mais além nas suas realizações.
Quem conhece este Brasil livreiro muito bem é o meu amigo Marcus Telles das Livrarias
Leitura, que inclusive está fazendo uma pesquisa entre os livreiros para
avaliar como os colegas estão se preparando para os próximos 10 anos.
Por isso, em nome dele convido você livreiro a clicar aqui e responder
esta pesquisa on-line.
São apenas 11 perguntinhas que poderão nos ajudar a traçar
um painel sobre o que está pensando o livreiro brasileiro e que alternativas estão
desenvolvendo para manter a bandeira do livro sempre hasteada.
Em breve, publicaremos aqui os resultados com as análises
que ajudem a todos a tocar nosso barco avante.
Participe!
Um comentário:
Adorei a matéria e acreditoq ue representa, exatamente o que estamos passando no Brasil neste momento: uma prosperidade que precisa ser levada com cuidado, mas que, se juntada à nossa facilidade de socialização, que é comum do brasileiro, só teremos a ganhar.
Acredito que plataformas como a Perse, Gato Sabido, xinxii.com, são ótimas alternativas para quem quer começar a publicar independentemente de contratos com editoras e também sem gastar dinheiro. Vale muito à pena tentar.
Abraços!
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