Matéria publicada no Estadão do último domingo aborda o assunto dos estoques das editoras. Clique aqui para ler a matéria completa. No meio do artigo vem uma frase que só ela mereceria uma reflexão profunda.
"Como as editoras publicam muito mais do que as livrarias conseguem estocar, os gastos com estratégias de exposição aumentam os custos da produção".
Trocando em miúdos, as despesas com envios e devoluções, consomem valores expressivos das estratégias de vendas das editoras.
Se houvessem dados estatisticos, pesquisas contendo informações que permitissem a editora simular tiragens para seus produtos de acordo com perfil de vendas do mercado, uma seleção melhor dos títulos poderia ser feita e estes custos logisticos poderiam ser transferidos para divulgação e promoção das obras, evitando a prática do empurra.
As editoras que possuem maior capacidade de colocação, sobrecarregam as prateleiras das livrarias com suas cotas de novidades deixando pouco, ou melhor dizendo, quase nenhum espaço para as editoras com menor capacidade de distribuição. É uma prática de sobrevivência, mas também de autodestruição, porque a composição dos mix das livrarias se torna errático, completamente inadequado ao perfil da loja.
Quando as devoluções são feitas, grande parte da mercadoria enviada volta para os estoques já sobrecarregados das editoras, portanto além do desperdício de dinheiro para transitar livros inapropriados para as livrarias nos mais distantes pontos do pais, perdeu-se também um tempo enorme na operacionalização destas tarefas.
Precisamos, mais do que saber quantas livrarias existem no Brasil e onde elas estão, saber qual é a área efetivamente dedicada à venda de livros nestes pontos de vendas e como estes evoluem ao passar dos anos, porque afinal de contas temos visto muitas lojas reduzindo a participação dos livros em sua composição de mix, não dá mais apenas para contar a quantidade livrarias...
Tai um desafio para ser encarado.
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