Ainda sobre a questão dos livros digitais gostaria de acrescentar um pequeno detalhe.
O argumento da vantagem econômica para a substituição do
livro pelo E-book não se sustenta. Usando o meu exemplo pessoal, se eu
restringisse a leitura dos livros que compro apenas para minha esposa e filhos,
o que dá um total de 4 pessoas, excluindo minha caçulinha de 4 anos que por
enquanto só rabisca os livros que ganha, o valor do meu investimento em livro
anualmente seria muito inferior ao gasto com e-books mais e-readers para este
grupo de leitores.
Eu já fui generoso com os livros digitais ao dizer que os
livros que compro só iriam ser lidos por este grupo restrito de pessoas, o que
não é verdade, meus livros são compartilhados com muito mais pessoas, alguns
não retornaram até hoje, mas sabe aquela expressão, compartilhar amizades não
tem preço, está incluído no pacote de
viver no mundo físico.
Vou ser generoso novamente com o livro digital. Vou
considerar que o investimento feito em um e-reader será válido por 2 anos.
Embora saibamos que estes equipamentos, assim como nossos smartphones, após 6
meses de lançados no mercado, já estão superados pela ultima tendência, o que
nos faz parecer homens da caverna usando um Sony Reader, tendo gasto quase US$
800,00 nesta traquitana há menos de 3 anos ( experiência própria). Mas vamos
manter como uma média de 2 anos para manutenção do nosso investimento.
Se cada membro da minha família continuar lendo 1 livro por
mês, considerando o preço médio do livro no Brasil em R$ 33,41(Preço médio verificado
pela Nielsen Bookscan Brasil) e o preço médio do E-book brasileiro que gira em
torno de 30% a menos, ou seja, R$ 23,39 vamos ver o que acontece nos quadros
abaixo passados 2 anos.
Neste cenário eu teria economizado R$ 233,79 passados estes
2 anos, se permanecesse nos livros tradicionais. Em valores percentuais seria o
equivalente a uma economia de 7%, pouca coisa para falar a verdade, mas quando
divido este valor por preço médio do livro chego à conclusão que poderia ter
comprado 7 livros a mais.
No fim das contas esta discussão é uma grande bobagem, esta explanação toda é só para derrubar estes argumentos tolos que propõem o extermínio dos livros
e das livrarias.
O que vale na verdade é a satisfação que se pode obter de
uma forma ou de outra da leitura, não há menor dúvida que se você viaja
regularmente, um e-reader com centenas de livros não estufa sua mala e ao mesmo
tempo nada supera a experiência de adentrar uma livraria, percorrer
prateleiras, conversar com pessoas e escolher um livro que você nem tinha
pensando em comprar, mas foi atraído e seduzido por ele. Para quem não sabe
mais de 70% das decisões de compra de um livro são tomadas dentro de uma loja.
Futurólogos de plantão, querem provar alguma coisa, façam as
contas e abram os números, a venda de e-books no Brasil é uma incógnita total,
ninguém tem números de nada, estima-se tudo.
Quer me
convencer. Show me the money
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